como sinto tudo!




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Por dentro do chapéu

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010


Aquela carinha triste
olhar aflito;
meu coração aperta
dói!
quero-te nos braços
divido a minha paz efêmera
porque sonho em compartilhar
da tua paz eterna!!!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

GRITA, VAI!!!

se tu me amas,
grite até perder a voz...
meu coração anda meio surdo,
meio bobo e completamente mudo
se tu me amas,
faz cartaz em avião,
chuva de rosas e beijo na nuca...
e grita, mas grita, como nunca
porque eu ando tao carente
deste tipo de amor gritante.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pecado


Sou uma incansável pecadora,
Mas mesmo em pecado sou seletiva.
Só peco os pecados bons,
Aqueles que não causam mal a ninguém.
não quero te querer,
porque quando eu quero meu querer sufoca
quero só te ter
em meus braços, em minha vida
passeando por todo meu EU
mas sem nem mesmo querer
que você esteja
e seja
comigo agora

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

vamos ser marginais?


vamos ser marginais, vamos? nos encontrar as escondidas, experimentar os proibidos, passar mal de saudade, destruir as ruínas...

vem, foge logo pro meu mundo...

compartilha o seu comigo...

assim, na surdina!

vamos pixar as grades das igrejas e lamentar depois com os padres...

vamos sair da rotina e nos encontrar nas madrugadas quentes... depois que o mundo dormir... depois que ninguem suspeitar...

assim, deste jeitinho: só eu e vc... em todos os cantos do planeta!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

veridad

Tienes miedo a acaptar a esa persona que te a demostrado que te ama realmente. Tienes miedo al cambio pero ese cambio te favorece y te traera la felicidad que tanto deseas y necesitas. Esta persona que aunque tal vez no la conoces del todo tiene buenos sentimientos hacia a ti y esta dispuesto a mover cielo y tierra para alcanzarte. Recuerda que el mundo es de los atrevidos y del cobarde no se a escrito nada. Lucha por lo que quieres, por lo que deseas, no dejes que el miedo termine venciendote y perdas el gran amor de tu vida, el espera por ti, pero tu que haras? Viviras ese amor que tanto deseas, o dejaras que pierda en la nada. Tu corazon necesita amor, permitele entrar y veraz lo que es verdaderamente el AMOR. Ustedes son compatibles, comparten muchas cosas, muchos gustos, muchos sentimiento y muchos placeres. No dejes que la indecicion y el miedo termine con algo que esta comenzando y te traera la dicha, la felicidad, lo que has soñado y no has tenido. Detente un momento y observa a tu alrededor y veras a la persona que se muere por ti...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

eu preciso de uma dose de algo que tranquilize este meu querer desesperador...

domingo, 25 de julho de 2010

Asas coloridas - Um novo caminho


Você me pira as entrelinhas, confesso! Algo de estranho acontece toda vez que te vejo passar. Desejo sempre que você chegue, imagino teus passos até a mim. Tuas mãos me tocam o seio, e teus olhos, com esta cor que não entendo bem, me invadem e eu deixo, desejoooooo!!!!!
É bem grave o meu querer pelo teu corpo. Um sorriso distante, uma voz doce e macia. Preparo-me para quando vier. Mas você insiste em nunca chegar! Por quê? Não entendo... E desejo, sempre.
Te busco por aí. Passo horas tentando te achar. Passo horas tentando ser achada, por você, é claro... Porque demora tanto? Onde se esconde? Eu sei bem onde me escondo... Sempre deixo algumas pistas... Porque você não percebe? Já sei! Já sei! Foram os passarinhos que comeram as pistas... Da próxima vez eu marco melhor o caminho, no lugar do desejo, deixo as rosas, as flores, e também um pouco mais de vida. Quem sabe você percebe, que lá por aquele caminho, onde brotam as borboletas, eu me escondo e espero que venha logo ao meu encontro...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

É de vida que se vive.

O trabalho nos rouba um tempo precioso de vida. Isto é fato, mas como, de que maneira podemos recuperar este tempo roubado?
Hoje, um dia sem trabalho, pela primeira vez em quase um ano, saí do meu mundo físico para ver a vida sem propósito algum. Foi bom. Alias, foi espetacular. Foram apenas alguns minutos que me permiti divagar pelas ruas do centro da cidade sem ter que ir a lugar algum, andar sem objetivo específico, senão o de curtir, momentaneamente, a liberdade que me é dada e que é por mim tirada.
Sentir a rua quase vazia e tudo o que a forma, a compõe, suas minúcias e ver quem habita aquele espaço físico. Foi engraçado perceber que a cada hora um tipo de gente domina a rua. Os prédios, eles se modificam na calada da noite. Não sei, mas eles me pareceram mais imponentes, mais fortes, mais viris.
Na praça dos marginais, vi gente de bem, muita gente de bem, como dizem os que vivem em estereótipos, tinha lá, uma moça sentada sozinha, o que fazia ela, naquela hora, de braços cruzados como se sentisse frio, sentada, sozinha, bem no centro da praça dos marginais, seria ela também marginal? Sim, de alguma forma seria. Noutro banco, mais adiante, um casal de namoradas se abraçando, num amor tão intenso que interrompi com minha passagem, não teria, elas, um lugar adequado para expressar este amor, ou queriam elas, ali, naquele banco da praça dos marginais provar que o amor é mais, infinitamente mais do que as pessoas dizem? Mas porque se separaram quando passei, será que pensaram que eu pudesse ser o tipo de pessoa moralista?
Também tinha um casal de idosos, muito românticos, o velho parecia bêbado, mas um bêbado romântico. Será que ali, naquele exato momento eles se encontraram e resolveram se unir em delicias e vida?
Ao olhar o sinal a minha frente e perceber que estava fechado pra mim, eu, que nunca respeitei nada que impedisse meu caminhar, parei, ainda que não estivesse vindo carro algum, parei e decidi obedecer aquele sinal. Foi bom, parar por opção, interromper minha marcha constante só porque eu quis, se eu quisesse poderia ter passado, mas não, esperei, respeitei porque quis. Descobri, então, que a melhor forma de respeitar é aquela que se respeita em liberdade... Preciso incorporar isso na minha vida.
Liberdade, é, liberdade. Liberdade é meu maior norte, minha pedra filosofal, e por incrível que pareça, quando me senti em plena liberdade te quis ao meu lado. Você, que mal conheço, mas que já desejo de forma intensa. Você, que em poucas palavras abrandou minhas carências. Farei parte de sua vida como desejo? Provavelmente não, afinal, este não é o tempo de amar. Mas foi bom, foi realmente bom sentir, naquela esquina, a mais importante de toda a cidade, suas mãos, percorrendo de maneira suave meu corpo ainda que você jamais faça isso... E pousando, de modo a sustentar meu amor, suas mãos sob meus seios, me olhando fundo nos olhos e me sorrindo um sorriso que é só meu, porque roubei pra mim e você nem sequer percebeu.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O paraíso é aqui.

Desde que nasci tenho escutado que poderei alcançar o paraíso depois de morrer. Todas as religiões de uma certa forma pregam isso. Dizem também que se você tem que deixar de fazer um monte de coisas aqui pra que possa, como prêmio por ter deixado de ser você, fazer lá. Um exemplo claro que muito me apavora é aquele lance de defender determinada religião, até mesmo com a morte (sua e/ou dos outros que não professam o mesmo credo), será recebido no reino dos céus com não sei quantas virgens e muito ouro.
Estou cansada de ver tantas injustiças e tantas atrocidades cometidas em nome do deus que os homens resolveram criar. O deus do homem me cansou, bem como as palavras que dizem que ele disse. Não quero mais seguir este deus, que pra mim, nada significa. Quero hoje, poder me conhecer, e me conhecendo melhorar. Sim, evoluir enquanto ser, enquanto ente e enquanto mundo. Quero aprender a respeitar aqueles que não amo, e amar aqueles que respeito. Quero também me calar diante das asneiras que não puder combater e das loucuras que vierem a me consumir de forma destrutiva. Não sendo uma pessoa nula, mas sendo ativamente sabia, avaliando melhor quando devo agir, quando devo sair e quando devo parar.
Sou e não sou querida quase que na mesma proporção, e isso é normal. As pessoas tem o direito de me amar, mas também tem o direito de não me amar, de não querer estar comigo, de não gostar de como me comporto, de não querer me beijar, de não querer ser parte da minha vida ou de ser. Eu também tenho o mesmo direito, e o exerço de forma bem direta, as vezes cruel.
Enfim, sou eu, uma pessoa normal, que acredita viver em seu próprio paraíso, onde a imperfeição e o erro são as principais regras, tentando alcançar uma harmonia real com o todo que me cerca. Sou eu, uma pessoa real, que acredita no ser humano e na sua capacidade potencial de ser bom e justo, e que tem a certeza de que a maior parte da humanidade é boa e justa. Sou eu, uma pessoa qualquer, que na ânsia de “acertar” já cometeu inúmeras atrocidades verbais, e que decidiu não falar mais com as palavras dos outros. Sou eu, uma artista imatura, que busca crescer e transformar aquilo que nunca vai deixar de viver dentro de mim. Sou eu, uma criatura criadora, curiosa e sentimental, que tenta se melhorar pelo amor e pela fé nos homens, através de atos mais responsáveis e pesados, e porque não, apaixonados também? Sou eu, uma Neska em férias, que tem tempo pra viver suas próprias idéias e colocar em prática as coisas em que acredita.
Sou eu, uma mulher que se recusa a deixar de ser menina, e se sente muito feliz, cercada por suas telas, seus desenhos, seus textos, seus amores, mergulhada em sua consciência afim de desenvolver o respeito por tudo, com um livro em uma das mãos, uma colher de brigadeiro na outra e um sorriso largo no rosto, satisfeita por poder estar, vivenciando na terra, o paraíso prometido do céu.

sábado, 3 de julho de 2010

Armando Armado


Armando Armado destituiu-se de seu próprio pedestal. Pedestal este que ele mesmo viera a se colocar quando acreditou ser o mais mais mais do mundo. Ele não perdeu esta crença, porém, decidiu olhar o mundo de um outro ponto de fuga.
Armando Armado, como costuma se auto-chamar, desistiu de si mesmo e relegou o domínio de sua vida aquele a quem pudesse interessar. Não queria andar por suas próprias pernas, simplesmente porque acreditava que se daria melhor pegando carona na cacunda dos outros. Alguns trouxas, por sorte ou destino, se aventuraram a carregar Armando Armado. Pobres coitados, depois do fim que era por ele determinado, restavam destruídos e completamente desamparados.
Armando Armado era assim, sem meios e nem respeito, sugava o que de melhor existia em tudo que o rodeava. Não tinha tempo de dó, pena que nem sua mãe alcançou, morreu seca, feito árvore envenenada pelo seu fruto maior. Ninguém percebeu a miséria, não restavam outros vivos a sua volta.
Em sua solidão mental, Armando Armado sorria e debochava de todos que lhe amava. Não se importava com o que sobrava, mesmo porque, nem sempre sobrava. Quase nunca sobrava. Nada, como o coração vazio do desenho gelado.
Armado, Armando Armado conseguiu transformar em dor o mar, que banhava suas costas, antes translucidas, hoje desérticas. Ninguém jamais sobreviveu a sua estada, e, como um corvo agourento sempre se anunciava. Os mais entendidos desapareciam, mas aqueles, aos quais Deus, com sua infinita misericórdia, recheou com seu mais puro amor foram massacrados, feito bola de Paint-Ball atirada em capacete vazio.
Vadio, Armando Armado seguia seu curso, livre como tornado potente. Ninguém ousava atravessá-lo, impedi-lo, castrá-lo. Armando Armado era pior...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A voz do vento no silêncio do Azul


Ela era investigadora de mundo e sabia que esperteza, esperteza mesmo, não era seu forte. Apesar disso, não gostava de seguir as pistas convencionais, tinha tara pelas pistas que vinham com o vento. Ela queria saber falar a voz do vento. Já entendia qualquer coisa, mas ainda ficava perdida, bem perdida.
Todas as noites, assim que chegava em casa para o seu merecido descanso, parava frente a janela do seu quarto, que na realidade era uma sala, engolia seu dedo indicador e este lhe conectava com o vento. As vezes ele gritava, ela sorria. Noutras ele sussurrava e aquilo fazia com que todos os pelos de seu corpo arrepiassem, ela gemia. Tinha um misto de beleza e dor naquilo tudo. Ela estava aprendendo a esperar. Ainda não sabia ao certo se gostava ou não, mas aquilo, de alguma forma, lhe fazia bem.
Olhava o azul infinito e ouvia a voz do vento. Nem sempre tinha vento. Nem sempre tinha azul. O cara sem olho a olhava incessantemente. Ele conhecia seus segredos. Conhecia também os segredos do vento. Apesar de ter boca, o cara sem olho seguia em frente, calado! Nunca dissera uma só palavra. Mesmo! Ela entendia seu silêncio. E invejava. Não sabia ficar quieta, alias, sabia, mas não gostava de enganar, esconder, omitir. Achava justo que as pessoas soubessem o que se passava em sua cabeça. Ela falava tudo na-la-ta! Como dizem as más línguas. Nem sempre ela se dava bem. Na maior parte das vezes ela nãããão se dava bem! Enfim, aquele era o caminho por ela escolhido.
Seguia. Sua vida caminhava como era de costume, e, de vez em quando o vento rompia o silêncio do azul e lhe trazia novidades. Isto era, para ela, um momento mágico. Até que ela pôde perceber que lá dentro algo era modificado... vivia um momento de caos e aguardava a nova ordem. O azul a seduzia de tal forma que as vezes ela chegava a ver nele o brilho do verde. Ela sorria novamente e aguardava ansiosa a próxima pista no vento.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em resposta

Não sabia ela o quanto daquilo era verdade. Tinha escrito ele três frases que perfeitamente lhe cabiam. Ora, porque motivo ele não lhe destinara diretamente aquele acúmulo de palavras?
Foi assim: na primeira, com ar de orgulho macho, lhe esnobou com uma deixa afirmativa; Na segunda, tentando confundi-la, a desejou de forma confusa e imprecisa; Na terceira, submisso, porém ausente,se dispôs a continuar... supõe!
Ela se confunde... e segue inspirada, tentando tomar pra si aquele sujeito misterioso. Ela se despe, ele se perde em meio a distancia que os separa... como um coringa, faz surgir seus truques... e ela sempre cede, porque quer!Mas se preocupa com a demora...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Acontece!

Pensando na dor da princesa traída, terminou seu cigarro, escovou os dentes, fez um bochecho rápido com um branqueador barato, ajeitou o cabelo em frente ao espelho e foi, ao encontro do destino.
Acreditava em astrologia. Acreditava a tal ponto, que quando era reprimida por algum tipo de comportamento inadequado, pensava: os astros são os culpados, eles me fizeram assim. Merda de marte em escorpião, isto me deixa muito agressiva. Foda-se!
8 quadras até a próxima parada de ônibus, passos lentos e a idéia fixa na traição que tinha sofrido a princesa. Ofegante, corre alguns metros para conseguir alcançar o ônibus que já estava no ponto. Sorri largamente quando entra, e pensa no quanto deve ser rica a vida de um motorista. E tediosa. Se escora em um ferro, pois todos os assentos estão ocupados e se compadece com uma velha mulher, de olhos esbugalhados, que segue, igualmente em pé. Pensa como são injustos os jovens que não sedem lugar a estas criaturas cansadas. Três pontos depois, uma cadeira vaga em sua frente. Ela senta e se nega a reconhecer as injustiças etárias que ocorrem dentro do transporte público urbano.
Terminal de ônibus. Agitada, desce e procura a placa de parada da linha que precisa. Segue e se posiciona bem na ponta da flechinha que indica o lugar exato em que a porta irá abrir. Se sente orgulhosa. Finalmente poderá escolher o seu lugar. Posiciona-se, ao seu lado, encosta uma senhora tensa, com todas as partes do corpo comprimidas. Ofendida, da um passo a frente tentando garantir o lugar que lhe é de direito. Vira a cara.
Passos rápidos, agora o tempo a pertencia novamente. Din-don! Din-dom! a porta abre e uma luz dissipada foge pela sua fresta. Ouve um grito: entra! Deixei o portão aberto. Clack! O barulho do fechamento do portão lhe pareceu mais alto que de costume. Tum-tum! Tum-tum! Tum-tum! O coração dispara, as mãos gelam, o sorriso empedra e os passos se seguem mais lentos, quase parados. Não podia entender o porquê daquilo, nada havia feito de anormal.
O dono da casa veio ao seu encontro, questionando o porquê de tanta demora, e a puxou pelo braço. Ela fechou a mão afim de que ele não percebesse sua temperatura. A casa estava uma penumbra, e no fundo da sala escura pode perceber um vulto calmo e majestosos que produziu um som bem parecido com um oi qualquer. Ela ficou muda. Então, aquele vulto veio ao seu encontro e tinha um cheiro que envolvia qualquer um que se aproximasse.
Boa noite, eu sou o Marco, amigo de infância do Lucas, muito prazer! – silêncio – seu nome? Como é seu nome? E com uma voz quase que imperceptível ela pode responder: Michele. Como? Perdão! não entendi. Nisso, Lucas interveio salvando-a daquela resposta complexa: Michele, o nome dela é Michele. A Michele é uma grande amiga minha, a melhor, diria! Somos unha e carne, mais que isso, somos mais... Enquanto isso, Michele acompanhava com o olhar inquieto e o corpo estático, os movimentos dos dois na sua frente. Não escutava nada. Não entendia nada. Estava ali, imóvel e nem sabia o por que.
Até que percebeu Lucas comentar com o amigo: nossa, a Michele esta tão estranha hoje, nunca a tinha visto deste jeito, deve ter se impressionado com a sua presença! Assustada com aquele comentário, soltou uma falsa e estridente gargalhada. Todos riram! Conversaram, jantaram, beberam e o amigo se foi. Naquela noite, Michele precisou se alojar ao lado do amigo-irmão para que pudesse conseguir dormir. Dormiram de conchinha e no outro dia, ao acordar, pouco se lembrava do ocorrido, em sua mente só havia lugar pra uma coisa: Marco.
Banho, café, carícias e alguns comentários perdidos foram suficientes pra que pudesse reunir suas forças e enfrentar duas horas de ônibus lotado até chegar a sua própria vida. Todo o percurso foi repleto de Marco. O via em todos os lugares, buscava seu cheiro, seu vulto, seu gosto que ainda não provara, mas que já sabia que era o melhor.
Ao entrar em casa quase que não se reconhece. Busca as marcas de Marco, com a certeza de ele já ser parte de toda sua existência. Não encontra nada que o identifica. Se sente sufocada, as mãos geladas, o coração acelerado, os passos lhe faltam e então ela grita a dor da perda daquele homem que era tão seu.

domingo, 27 de junho de 2010

Positivo.

Positivo.
Positivo! Era isto que estava escrito naquele pedaço de papel sem vida. Naquele momento senti que minha vida tinha acabado. Positivo! Aquele termo martelava de forma constante em meus pensamentos, e não sabia mais o que fazer além de tentar entender o que deu errado.
Positivo, ponto. Com frieza e crueldade, aquela palavra, única e repleta de significados, explodiu dentro de mim. Choro histérico, desespero, idéias confusas... Mascar folha de boldo, tomar chá de canela, a Celina vai pro Paraguay! Beber até entrar em coma. Rolar ladeira abaixo, cair da escada, enfiar uma agulha pra ver se cai... Contar pro pai! Contar pro pai!!!
Muitos meses se passaram e aquela palavra me acompanhou, crescendo e tomando forma. As coisas se ajeitaram, tinha quarto, colchão e roupa. O Tum-tum ganhava mais vida a cada dia, e eu me impressionava com a capacidade daquilo se desenvolver. Nunca havia me imaginado naquela condição.
- Socorro! Socorro! Acho que fiz xixi na cama! Ta doendo! Ta doendo muito! Ninguém me ajuda!!! Ajudaaaaaaaaaa!!!!!!!! E o vizinho rompe o desespero, invadindo porta a dentro seu pequeno mundo.
Ambulâncias, sirenes e luzes, muitas luzes. Máscaras, tocas, tubos, canos, metais... muito barulho de metal... e um choro! Um berro! Um estouro!
Uma mistura de elementos, um pedaço de gente e muito sangue. Ele se aproxima, eu beijo. Risos e festa! É uma menina! E uma menina! Termine todo o procedimento e leve pro pai ver. Leve-pro-pai-ver... Leve-pro-pai-ver! Pai?

sábado, 26 de junho de 2010

590 PALAVRAS PARA UM AMOR QUE NÃO NASCEU.

“Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro.”
Caio Fernando Abreu.

Teus olhos, decepcionados, encontraram finalmente os meus. Aquele foi o sinal de que nunca mais o teria novamente (se bem que nem cheguei a ter, mas queria).
Vida cheia, carteira vazia e muitos esforços pra sobreviver! Nenhuma novidade, até então. Viví e pronto. Números, escola, faculdade, eventos culturais, amigos, conversas longas e prazerosas. Canções! Teve de tudo nestes quase 5 anos que não nos vimos. Confesso, que nas poucas vezes que te encontrei senti imensa vontade de te beijar, assim, sem vergonha mesmo, mas me disseram que não podemos fazer isso... Ceder às próprias vontades pode ser um tanto perigoso. Fatal!
Ok, vontades a parte, encontros raríssimos, sonhos sonhados e não concretizados, acontecimentos sem importância, na maior parte dos dias, preenchem o vazio da minha existência. Novamente vivo.
A bem da verdade é que esteve sempre nos meus pensamentos, mesmo de longe, mesmo bemmmm distante, sempre habitou um pedaço, pequeno, reconheço, dos meus mais puros desejos. Acho que andei meio ocupada nestes tempos idos, também, eu nem sabia teu nome. Sabia que era diferente, e só.
Queria, naquele momento, poder encontrar alguém com quem pudesse compartilhar meus mais secretos desejos, e eis que me deparo, naquelas páginas virtuais, com um convite amistoso. Lá, naquele pedaço colorido de informação eu senti que poderia te encontrar. Achei o nome que poderia ser seu. Busquei, naquelas mesmas paginas virtuais (já havia buscado antes, mas sem saber teu nome, não consegui encontrar), você. Encontrei. Estava mais lindo que nunca. Nossa, senti a vitória correr por minhas veias.
Agora, de alguma forma fazia parte da minha vida. Tentei te encontrar e não consegui. Snif! Plus enfin, c’est la vie!
Saí, como de costume, pra celebrar a solidão em meio aos estranhos, acompanhada de algumas amigas. Falei com você, sem saber que era você. Depois soube. As idéias rolaram mente a dentro. Te vi, você nos esperava sem saber que eu estava junto, mesmo porque, quem iria imaginar que eu pudesse estar junto. Mas como eu queria que você estivesse a me esperar.
Falamos, bebemos, rimos e você se foi, assim, sem nenhum tchau, sem nada. Tudo bem, nós fomos também, mas eu dei tchau.
Outro bar, outros estranhos, muiiiiitos outros estranhos... Um pedaço do passado se apresenta e eu me alivio. Vejo que minha capacidade de destruição é bem menor do que suponho. Agradeço e fico feliz. Mas você ainda está lá, não me abandona, ainda mais depois de toda esta proximidade.
Em casa, vejo as fotos que tenho acesso (são poucas, porque te exclui daquele pedaço virtual de mundo devido as perturbações que tua imagem me causava), e te desejo.
Durmo bêbada, pensando em pegar teu numero, te ligar, te roubar pra mim, mesmo, assim na cara dura. Durmo mesmo!
Dia seguinte, ressaca mansa, desejo ardente. Brinco com sua imagem e me satisfaço, momentaneamente. Você aparece, assim, todo lindo, e eu, feliz, corro ao teu encontro. Falo, falo, falo o tempo todo, nem sei porque fiz aquilo! Você vai, mas agora, com toda delicadeza me da um tchau que fere, de leve, pois toma o lugar do convite, que desejei. Eu iria a qualquer lugar pra poder ficar ao teu lado. Você não estava com a mesma vontade.
Como sempre, preenchi meu dia com muitos atos solitários, outro dia, outro dia, outro dia... E você nem liga, nem vem, nem percebe, nem imagina o quanto estou tentando segurar a imensa vontade de te pegar pra mim...
Pensava ela ter o poder de voar e por isso voava. Olhava tudo de cima e nada o que acontecia na terra, lhe dizia respeito. Claro que com alguns acontecimentos mais graves ela se compadecia, mas de resto, nada lhe afetava. Vivia só, ela era pertencida pela solidão e nada fazia contra isso. Mesmo porque desconhecia o prazer da companhia.
Tinha uma vida bem normal, comia o que fora de costume comer, bebia tudo o que apreciava, mesmo que fizesse mal, não se importava, a menina era dada aos pequenos e delicados prazeres da vida.
Num dia de chuva, com trovões e tudo mais, a menina sentiu medo. Só não sabia o que fazer com ele. Pensou que pudesse estar doente, e ficou! Caiu de cama, muitos graus de febre, alucinações e desespero. Morreu!

É isso!

Solidão, que conhecia em contos, palavras, manifestações distantes da minha realidade conturbada. Ouvia dizer que seus danos são gravíssimos, e que, mesmo depois de uma vida repleta de solidão, a alma não se acostuma com seus caprichos e conseqüências.
Solidão, coisa presente no ser, que se desfaz em lágrimas tenras e complexas. Como explicar isto que acontece lá dentro, sem controle e nem contrato. Isso que consome, e destrói, e escraviza, e deixa vulnerável, a mercê de toda e qualquer armadilha que possa aparecer atrás de um sorriso doce, afável.
Como curar esta doença que nos toma a vida e nos transforma em gente? É, a gente cai... e cair na solidão é a maior das provas.
Lembro-me de minha ingênua e idiota crença de que a solidão era um tipo de frescura daqueles que queriam fazer drama. De que não passava de um sentimento vil, ao qual toda humanidade relegasse demasiada importância. Não acreditava poder existir. Me ferrei! Sofri! Caí! Agora estou aqui, atolada em seu lamaçal. Fede!
Sim, os bichos com os quais sou obrigada a conviver agora me devoram e deixam triste. Acontece... estou amarrada em frente ao espelho e não vejo saída. Os meus se preocupam, é evidente. Mas nada podem fazer. Não há cura! Penso, repasso milhares de vezes tudo que me restou da vida que tive até aqui. Peso, corto, dilacero minha alma e me envergonho, novamente, com tudo o que vivi. A lembrança da dor é tão cruel como a dor, deve ser por isso que nunca fiz questão de lembrar.
Mas agora, aqui, neste canto de mundo, não tenho muito o que fazer, senão me apegar as lembranças e com elas montar meu leito de núpcias. Tive sim dores na vida. Mas confesso, desta provocada pela solidão nunca havia chegado perto.
Antes da morte, esta que me trouxe ao calabouço, restava ainda muita coisa legal de tudo que eu sou. Eu via isso. Agora, neste reflexo que observo, não vejo nada de bom! Na-da!
Penso que isso possa ser um pesadelo, uma fantasia infantil sem nexo e num contexto enfadonho... quem sabe... as vezes, a realidade não é o que vemos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Antigo fim - Vida pré-chapéu

Esqueço fácil tudo o que me fez, mas não me arrependo de ter parado de olhar em seus olhos. Eles se apagaram dentro de mim.Vamos sair na chuva meu amor e ver quem se molha mais, ou melhor, quem adoece primeiro, ou melhooorrrr, quem morre primeiro. A morte é maior que a vida, pelo menos, até onde sei: é eterna! Pensei que seria eterno também, mas não, é lindo e só... Hummmmm... Mentira também é inteligente e dissimulado! Deste ultimo eu adoro, porque me ensina a ser viva e a conseguir o que preciso com este ardor que passa rááápido... hahaha!!!!!
Vamos cantar à morte daquela criança que nos uniu em alma, daqueles sentimentos puros e sem medos que nos deixou tão próximos. Bem, agora que eles morreram não precisamos mais permanecer juntos... Não está de acordo meu bem???
Podemos chorar juntos se isso for deixar-te mais tranqüilo, mas, sinceramente, isso não me fará nenhuma diferença. Suas lágrimas não irão me causar nem um tipo de comoção. Chorarei, sim, com você, só pra que minha felicidade adquirida com sua ausência não te deixe mais deprimido do que já está. Não precisa se jogar do abismo do seu isolamento. Eu finjo e choro sem vontade, só pra te fazer sentir um pouquinho da felicidade que sinto em estar te deixando... Você, que não tem e nem nunca terá noção do quanto é prazeroso poder não voltar pros teus braços, você não sabe como é satisfatório não ter que sucumbir as suas mãos passeando pelo meu corpo, não ter que sentir o cheiro do seu hálito e nem mesmo olhar seu rosto amassado junto as dobras das fronhas dos travesseiros.
Não nasci pra você, nem ao menos nasci pra mim mesma, não me caibo, não me comporto, sou muito mais do que consigo transmitir e assim, além de meus próprios limites, das minhas próprias capacidades aparentes, sou um mundo sem fim, um universo caótico que não consegue imaginar onde se localiza seu centro.
Disse-te meu ex-amor, que não seria fácil viver ao meu lado, sou pior que qualquer pesadelo que possa ter e ainda assim sou melhor! Eu sei que é isso que te destrói e que te faz me querer, assim: completamente. Desculpe minha falta de modéstia, mas não quero te ofender também com falsas conversas que sabe que não fazem parte do meu repertório. Por alguns segundos, depois que te conheci inteiro, senti vontade de me dar a você, mesmo sem a mim pertencer. Mas, depois você me olhou no fundo dos olhos e eu pude me reconhecer dentro das suas idéias, te exclui dos meus sonhos, não quero partes que me compõem, quero partes inimagináveis, partes que não fazem parte daquilo que possa orbitar as margens do meu universo individual.
Me castre, arranque minhas mais sensíveis partes, me mostre que você é a única pessoa capaz de me destruir completamente e eu serei assim: inteiramente sua... Ou quase. Nunca queira de mim o que nem eu mesma possa ter, mas preste atenção: caso consiga me destruir, me desorientar, me depor dos meus próprios poderes, eu poderei ser mais adequada as minhas novas necessidades que, por sorte do destino, podem estar de acordo com as suas. Mas isso não é fácil, não pense que qualquer tipo de maldade me atinge, sou pior do que possa conceber, mas não sabes, porque do meu pior, que tem a certeza de estar cheio, não conheceste nem a menor das partes.
Puxa vida, estávamos tão bem antes de começar com aquelas mentirinhas consoladoras dos otários que buscam ser bajulados. Eu nunca quis ser agradada, quando você conseguir entender que o que quero de você é exatamente o oposto daquilo que me deu, quando você conseguir perceber... Quando abrir seu entendimento e passar a respeitar minha inteligência, minha capacidade de raciocínio, todos meus anos de estudo e vida... Você não irá entender e eu nunca serei sua, nunca!!!
Oh meu ex-amor, sinto muito por só sentir felicidade em dar as costas a você, queria ao menos sentir sua falta, mas não, não consigo sentir nada além de uma gigantesca vontade de tomar uma dose de tequila e fumar um longo e prazeroso cigarro, sozinha, naquele bar que espero que pare de freqüentar porque é o meu preferido, olhando para o próximo a quem irei abandonar, assim que me encher de bajulações e tédio.
É que eu sou assim: feliz e solitária, feita só para raros e você é tão comum!
Eu vou, e tenha certeza que pra você não deixo mais que a sombra do meu rastro, e quando olhar para o meu caminho entenda: ele não é o mesmo que o seu, então, decida sua vida e fique com todas as marcas que deixei em sua alma, porque de você, só restaram em mim leves e apagadas lembranças, que deixarão de existir assim que postar esta carta.