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Por dentro do chapéu

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sábado, 26 de junho de 2010

É isso!

Solidão, que conhecia em contos, palavras, manifestações distantes da minha realidade conturbada. Ouvia dizer que seus danos são gravíssimos, e que, mesmo depois de uma vida repleta de solidão, a alma não se acostuma com seus caprichos e conseqüências.
Solidão, coisa presente no ser, que se desfaz em lágrimas tenras e complexas. Como explicar isto que acontece lá dentro, sem controle e nem contrato. Isso que consome, e destrói, e escraviza, e deixa vulnerável, a mercê de toda e qualquer armadilha que possa aparecer atrás de um sorriso doce, afável.
Como curar esta doença que nos toma a vida e nos transforma em gente? É, a gente cai... e cair na solidão é a maior das provas.
Lembro-me de minha ingênua e idiota crença de que a solidão era um tipo de frescura daqueles que queriam fazer drama. De que não passava de um sentimento vil, ao qual toda humanidade relegasse demasiada importância. Não acreditava poder existir. Me ferrei! Sofri! Caí! Agora estou aqui, atolada em seu lamaçal. Fede!
Sim, os bichos com os quais sou obrigada a conviver agora me devoram e deixam triste. Acontece... estou amarrada em frente ao espelho e não vejo saída. Os meus se preocupam, é evidente. Mas nada podem fazer. Não há cura! Penso, repasso milhares de vezes tudo que me restou da vida que tive até aqui. Peso, corto, dilacero minha alma e me envergonho, novamente, com tudo o que vivi. A lembrança da dor é tão cruel como a dor, deve ser por isso que nunca fiz questão de lembrar.
Mas agora, aqui, neste canto de mundo, não tenho muito o que fazer, senão me apegar as lembranças e com elas montar meu leito de núpcias. Tive sim dores na vida. Mas confesso, desta provocada pela solidão nunca havia chegado perto.
Antes da morte, esta que me trouxe ao calabouço, restava ainda muita coisa legal de tudo que eu sou. Eu via isso. Agora, neste reflexo que observo, não vejo nada de bom! Na-da!
Penso que isso possa ser um pesadelo, uma fantasia infantil sem nexo e num contexto enfadonho... quem sabe... as vezes, a realidade não é o que vemos.

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