Armando Armado destituiu-se de seu próprio pedestal. Pedestal este que ele mesmo viera a se colocar quando acreditou ser o mais mais mais do mundo. Ele não perdeu esta crença, porém, decidiu olhar o mundo de um outro ponto de fuga.
Armando Armado, como costuma se auto-chamar, desistiu de si mesmo e relegou o domínio de sua vida aquele a quem pudesse interessar. Não queria andar por suas próprias pernas, simplesmente porque acreditava que se daria melhor pegando carona na cacunda dos outros. Alguns trouxas, por sorte ou destino, se aventuraram a carregar Armando Armado. Pobres coitados, depois do fim que era por ele determinado, restavam destruídos e completamente desamparados.
Armando Armado era assim, sem meios e nem respeito, sugava o que de melhor existia em tudo que o rodeava. Não tinha tempo de dó, pena que nem sua mãe alcançou, morreu seca, feito árvore envenenada pelo seu fruto maior. Ninguém percebeu a miséria, não restavam outros vivos a sua volta.
Em sua solidão mental, Armando Armado sorria e debochava de todos que lhe amava. Não se importava com o que sobrava, mesmo porque, nem sempre sobrava. Quase nunca sobrava. Nada, como o coração vazio do desenho gelado.
Armado, Armando Armado conseguiu transformar em dor o mar, que banhava suas costas, antes translucidas, hoje desérticas. Ninguém jamais sobreviveu a sua estada, e, como um corvo agourento sempre se anunciava. Os mais entendidos desapareciam, mas aqueles, aos quais Deus, com sua infinita misericórdia, recheou com seu mais puro amor foram massacrados, feito bola de Paint-Ball atirada em capacete vazio.
Vadio, Armando Armado seguia seu curso, livre como tornado potente. Ninguém ousava atravessá-lo, impedi-lo, castrá-lo. Armando Armado era pior...
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