Esqueço fácil tudo o que me fez, mas não me arrependo de ter parado de olhar em seus olhos. Eles se apagaram dentro de mim.Vamos sair na chuva meu amor e ver quem se molha mais, ou melhor, quem adoece primeiro, ou melhooorrrr, quem morre primeiro. A morte é maior que a vida, pelo menos, até onde sei: é eterna! Pensei que seria eterno também, mas não, é lindo e só... Hummmmm... Mentira também é inteligente e dissimulado! Deste ultimo eu adoro, porque me ensina a ser viva e a conseguir o que preciso com este ardor que passa rááápido... hahaha!!!!!
Vamos cantar à morte daquela criança que nos uniu em alma, daqueles sentimentos puros e sem medos que nos deixou tão próximos. Bem, agora que eles morreram não precisamos mais permanecer juntos... Não está de acordo meu bem???
Podemos chorar juntos se isso for deixar-te mais tranqüilo, mas, sinceramente, isso não me fará nenhuma diferença. Suas lágrimas não irão me causar nem um tipo de comoção. Chorarei, sim, com você, só pra que minha felicidade adquirida com sua ausência não te deixe mais deprimido do que já está. Não precisa se jogar do abismo do seu isolamento. Eu finjo e choro sem vontade, só pra te fazer sentir um pouquinho da felicidade que sinto em estar te deixando... Você, que não tem e nem nunca terá noção do quanto é prazeroso poder não voltar pros teus braços, você não sabe como é satisfatório não ter que sucumbir as suas mãos passeando pelo meu corpo, não ter que sentir o cheiro do seu hálito e nem mesmo olhar seu rosto amassado junto as dobras das fronhas dos travesseiros.
Não nasci pra você, nem ao menos nasci pra mim mesma, não me caibo, não me comporto, sou muito mais do que consigo transmitir e assim, além de meus próprios limites, das minhas próprias capacidades aparentes, sou um mundo sem fim, um universo caótico que não consegue imaginar onde se localiza seu centro.
Disse-te meu ex-amor, que não seria fácil viver ao meu lado, sou pior que qualquer pesadelo que possa ter e ainda assim sou melhor! Eu sei que é isso que te destrói e que te faz me querer, assim: completamente. Desculpe minha falta de modéstia, mas não quero te ofender também com falsas conversas que sabe que não fazem parte do meu repertório. Por alguns segundos, depois que te conheci inteiro, senti vontade de me dar a você, mesmo sem a mim pertencer. Mas, depois você me olhou no fundo dos olhos e eu pude me reconhecer dentro das suas idéias, te exclui dos meus sonhos, não quero partes que me compõem, quero partes inimagináveis, partes que não fazem parte daquilo que possa orbitar as margens do meu universo individual.
Me castre, arranque minhas mais sensíveis partes, me mostre que você é a única pessoa capaz de me destruir completamente e eu serei assim: inteiramente sua... Ou quase. Nunca queira de mim o que nem eu mesma possa ter, mas preste atenção: caso consiga me destruir, me desorientar, me depor dos meus próprios poderes, eu poderei ser mais adequada as minhas novas necessidades que, por sorte do destino, podem estar de acordo com as suas. Mas isso não é fácil, não pense que qualquer tipo de maldade me atinge, sou pior do que possa conceber, mas não sabes, porque do meu pior, que tem a certeza de estar cheio, não conheceste nem a menor das partes.
Puxa vida, estávamos tão bem antes de começar com aquelas mentirinhas consoladoras dos otários que buscam ser bajulados. Eu nunca quis ser agradada, quando você conseguir entender que o que quero de você é exatamente o oposto daquilo que me deu, quando você conseguir perceber... Quando abrir seu entendimento e passar a respeitar minha inteligência, minha capacidade de raciocínio, todos meus anos de estudo e vida... Você não irá entender e eu nunca serei sua, nunca!!!
Oh meu ex-amor, sinto muito por só sentir felicidade em dar as costas a você, queria ao menos sentir sua falta, mas não, não consigo sentir nada além de uma gigantesca vontade de tomar uma dose de tequila e fumar um longo e prazeroso cigarro, sozinha, naquele bar que espero que pare de freqüentar porque é o meu preferido, olhando para o próximo a quem irei abandonar, assim que me encher de bajulações e tédio.
É que eu sou assim: feliz e solitária, feita só para raros e você é tão comum!
Eu vou, e tenha certeza que pra você não deixo mais que a sombra do meu rastro, e quando olhar para o meu caminho entenda: ele não é o mesmo que o seu, então, decida sua vida e fique com todas as marcas que deixei em sua alma, porque de você, só restaram em mim leves e apagadas lembranças, que deixarão de existir assim que postar esta carta.
terça-feira, 2 de março de 2010
UM NOVO FIM - Mon Chapeau Rouge
Estava ela sem saber o que fazer. Tinha acabado de voltar de uma viagem ao velho mundo, abismada com a quantidade de velhos que por lá havia encontrado. Não era aquela terra prometida, que enquanto primeiro mundo, apresentava as melhores condições em tudo? Não, em momento algum, do outro lado daquele oceano negro, conseguira soltar um único sorriso verdadeiro, daquele que vem da alma, e a moça tinha riso fácil de costume.
Sobre o vaso sanitário, fumando seu cigarro pré-banho e tentando entender o que havia acontecido a moça olhava seu rosto no espelho. Não chegou a conclusão alguma. Tomou banho. Depois, com menos disposição, como era de se esperar, pois havia enfrentado 27 horas de viagem, comeu um pouco do tão sonhado arroz com feijão e pode cair em sua deliciosa e confortável cama. Dormiu por tantas horas quantas foram necessárias, neste caso, 6. Acordou exausta. Mas com a sensação de não saber onde estava exatamente. Sua adorável mãe apareceu e lhe deu um sorriso que há dias sonhava. Ela estava satisfeita com seu retorno.
Não conseguia falar muito, porque ficou um longo tempo em silencio por não conseguir se comunicar. Tinha descoberto o caminho do inferno, e ele começava no momento em que as incompatibilidade idiomática surge. Não saber se comunicar é a sensação mais desesperadora que existia para ela. Mas como os costumes, ainda que ruins, são facilmente absorvidos pelo ser humano, a menina havia acostumado com o silencio. Quando alguém perguntava algo sobre sua tão sonhada viagem, ela simplesmente respondia: não existe lugar melhor do que sua própria casa. É fundamental ter raiz. Mas é mais fundamental ter galhos que sabem falar com todos os tipos de ventos, um dia você vai precisar.
O telefone toca. As pessoas chegam. Abraços, beijos, falas e mais falas e mais falas. Ela se emociona de ver tanta gente falando ao mesmo tempo e se da conta de que lá, no velho mundo, eles são tão civilizados que cada um espera sua hora para falar, tudo muito parecido com as novelas ruins que passam na tv, e o predomínio insuportável das palavras sil te plâit e merci já não existe mais, é a glória, poder ser menos educada e mais expressiva é condição fundamental para sua felicidade.
Nunca havia sido uma pessoa de classe, mas também nunca havia falhado em sua sensata educação. Não em sã consciência! As vezes de bebedeira deveriam ser desconsideradas, pois quem é que permanece educado após algumas doses de qualquer álcool? Nunca conseguiu ficar bêbada no velho mundo, e olha que bebeu quase todos os dias.
Pensou que não iria voltar, que ia fixar residência naquele reino distante. Sonhava com o amor e até chegou a acreditar que poderia ter uma vida feliz apesar de ter que se casar. Mas como não podia deixar de ser, o mocinho não usava o mesmo tipo chapéu. Ele havia lhe prometido chances e oportunidades. E porque ela o amava acima de todas as outras coisas, ele pensou que poderia fazer com sua vida o que ele quisesse. Só que ele esqueceu que a menina tinha uma personalidade fortíssima, apesar de seu jeitinho delicado e doce.
O mocinho, a principio, o príncipe de seus mais nobres sonhos, não correspondeu as suas expectativas. Era teimoso demais para poder manter sua delicadeza. No seu reino, que era gelado, apresentou-se com um coração frio e distante, que nem embaixo dos cobertores esquentava. Ela sentiu frio. Quis realizar os sonhos há anos sonhados, mas o mocinho nem havia preparado a cama para que eles pudessem se deitar. Ela sentiu frio. Apesar de todo o carinho e amor recebido por parte de todas as outras pessoas daquele reino-iceberg, a menina do chapeau rouge decidiu juntar suas coisas e voltar a sua vila onde o brilho existe do chão ao céu, e com maior força nos olhos dos seus tesouros que havia deixado pra trás. Tinha inúmeros tesouros e sabia disso antes de ir, decidira abandona-los pelo sonho do mais doce amor. Tolice! Mas ela ainda não sabia disso.
Decidida a retornar ao reino-iceberg em busca de seu amor, a mocinha se dedica freneticamente ao aprendizado do idioma que já arranhava um pouco, para poder retomar o sonho antigo, mais apta a sobreviver no inverno da vida. Ela já sabe falar melhor sobre as choses da vie, mas não consegue encher seu coração de alegria ao dizer que vai morar naquele reino encantado. Volta a sua rotina antiga, se apaixona ainda mais pelos seus preciosos tesouros, e o mocinho a quem amava se esforça para recebê-la de volta. Mas seu esforço é pesado, tão pesado que ele fica, aos olhos da menina, ainda mais intransigente. Ela se decepciona mais uma vez, e por não querer se submeter novamente aos caprichos do seu amado, ela o fere de forma ácida e agressiva. Ele sente. Sente tanto que corta os contatos diários.
Ela sofre, mas se sente aliviada. Ele sofre.
Não sabem como se aproximar. De repente um oi surge, seguido de uma fala do tipo: “e aí, o que que a gente faz da vida?” a mocinha fica sem reação. Naquele instante, com aquela pergunta, ela percebe que, apesar do mocinho continuar sendo o seu grande amor, eles não compartilham o mesmo tipo de chapéu, e o que é pior, não olham para a mesma direção. Ela entende que por mais que seu maior sentimento seja por aquele ser, que já não é mais tão maravilhoso assim, mas é o ser que ela ama, ainda, ela não pode deixar de lado tudo o que carrega dentro de seu chapeau rouge e do seu coração selvagem.
Chegam juntos a um consenso: c’est fini! Pour toujours? Quem sabe? Já fizeram isso tantas vezes...
Agora a menina do chapeau rouge assume sua vida, sozinha, sentada, na beirinha do nada, olhando o céu... Pode cair, a qualquer momento, mas prefere observar o infinito! O abismo é pequeno demais para comportar seus anseios. Ao olhar as estrelas, sente saudades, mas opta por contemplar, a distância, aquele lindo sonho que ficou pra trás. Não deixa de querer por perto seu amor, ainda que teimoso e frio, mas não sente a menor disposição para deixar de lado seus bens mais preciosos, que tem nos olhares, os brilhos de todas as estrelas do universo.
Sobre o vaso sanitário, fumando seu cigarro pré-banho e tentando entender o que havia acontecido a moça olhava seu rosto no espelho. Não chegou a conclusão alguma. Tomou banho. Depois, com menos disposição, como era de se esperar, pois havia enfrentado 27 horas de viagem, comeu um pouco do tão sonhado arroz com feijão e pode cair em sua deliciosa e confortável cama. Dormiu por tantas horas quantas foram necessárias, neste caso, 6. Acordou exausta. Mas com a sensação de não saber onde estava exatamente. Sua adorável mãe apareceu e lhe deu um sorriso que há dias sonhava. Ela estava satisfeita com seu retorno.
Não conseguia falar muito, porque ficou um longo tempo em silencio por não conseguir se comunicar. Tinha descoberto o caminho do inferno, e ele começava no momento em que as incompatibilidade idiomática surge. Não saber se comunicar é a sensação mais desesperadora que existia para ela. Mas como os costumes, ainda que ruins, são facilmente absorvidos pelo ser humano, a menina havia acostumado com o silencio. Quando alguém perguntava algo sobre sua tão sonhada viagem, ela simplesmente respondia: não existe lugar melhor do que sua própria casa. É fundamental ter raiz. Mas é mais fundamental ter galhos que sabem falar com todos os tipos de ventos, um dia você vai precisar.
O telefone toca. As pessoas chegam. Abraços, beijos, falas e mais falas e mais falas. Ela se emociona de ver tanta gente falando ao mesmo tempo e se da conta de que lá, no velho mundo, eles são tão civilizados que cada um espera sua hora para falar, tudo muito parecido com as novelas ruins que passam na tv, e o predomínio insuportável das palavras sil te plâit e merci já não existe mais, é a glória, poder ser menos educada e mais expressiva é condição fundamental para sua felicidade.
Nunca havia sido uma pessoa de classe, mas também nunca havia falhado em sua sensata educação. Não em sã consciência! As vezes de bebedeira deveriam ser desconsideradas, pois quem é que permanece educado após algumas doses de qualquer álcool? Nunca conseguiu ficar bêbada no velho mundo, e olha que bebeu quase todos os dias.
Pensou que não iria voltar, que ia fixar residência naquele reino distante. Sonhava com o amor e até chegou a acreditar que poderia ter uma vida feliz apesar de ter que se casar. Mas como não podia deixar de ser, o mocinho não usava o mesmo tipo chapéu. Ele havia lhe prometido chances e oportunidades. E porque ela o amava acima de todas as outras coisas, ele pensou que poderia fazer com sua vida o que ele quisesse. Só que ele esqueceu que a menina tinha uma personalidade fortíssima, apesar de seu jeitinho delicado e doce.
O mocinho, a principio, o príncipe de seus mais nobres sonhos, não correspondeu as suas expectativas. Era teimoso demais para poder manter sua delicadeza. No seu reino, que era gelado, apresentou-se com um coração frio e distante, que nem embaixo dos cobertores esquentava. Ela sentiu frio. Quis realizar os sonhos há anos sonhados, mas o mocinho nem havia preparado a cama para que eles pudessem se deitar. Ela sentiu frio. Apesar de todo o carinho e amor recebido por parte de todas as outras pessoas daquele reino-iceberg, a menina do chapeau rouge decidiu juntar suas coisas e voltar a sua vila onde o brilho existe do chão ao céu, e com maior força nos olhos dos seus tesouros que havia deixado pra trás. Tinha inúmeros tesouros e sabia disso antes de ir, decidira abandona-los pelo sonho do mais doce amor. Tolice! Mas ela ainda não sabia disso.
Decidida a retornar ao reino-iceberg em busca de seu amor, a mocinha se dedica freneticamente ao aprendizado do idioma que já arranhava um pouco, para poder retomar o sonho antigo, mais apta a sobreviver no inverno da vida. Ela já sabe falar melhor sobre as choses da vie, mas não consegue encher seu coração de alegria ao dizer que vai morar naquele reino encantado. Volta a sua rotina antiga, se apaixona ainda mais pelos seus preciosos tesouros, e o mocinho a quem amava se esforça para recebê-la de volta. Mas seu esforço é pesado, tão pesado que ele fica, aos olhos da menina, ainda mais intransigente. Ela se decepciona mais uma vez, e por não querer se submeter novamente aos caprichos do seu amado, ela o fere de forma ácida e agressiva. Ele sente. Sente tanto que corta os contatos diários.
Ela sofre, mas se sente aliviada. Ele sofre.
Não sabem como se aproximar. De repente um oi surge, seguido de uma fala do tipo: “e aí, o que que a gente faz da vida?” a mocinha fica sem reação. Naquele instante, com aquela pergunta, ela percebe que, apesar do mocinho continuar sendo o seu grande amor, eles não compartilham o mesmo tipo de chapéu, e o que é pior, não olham para a mesma direção. Ela entende que por mais que seu maior sentimento seja por aquele ser, que já não é mais tão maravilhoso assim, mas é o ser que ela ama, ainda, ela não pode deixar de lado tudo o que carrega dentro de seu chapeau rouge e do seu coração selvagem.
Chegam juntos a um consenso: c’est fini! Pour toujours? Quem sabe? Já fizeram isso tantas vezes...
Agora a menina do chapeau rouge assume sua vida, sozinha, sentada, na beirinha do nada, olhando o céu... Pode cair, a qualquer momento, mas prefere observar o infinito! O abismo é pequeno demais para comportar seus anseios. Ao olhar as estrelas, sente saudades, mas opta por contemplar, a distância, aquele lindo sonho que ficou pra trás. Não deixa de querer por perto seu amor, ainda que teimoso e frio, mas não sente a menor disposição para deixar de lado seus bens mais preciosos, que tem nos olhares, os brilhos de todas as estrelas do universo.
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